Um dos trabalhos mais afamados de Dreyfuss foi a remodelação da locomotiva do trem de passageiros denominado 20th Century
Limited da New York Central System, cuja frente por ele projetada teve a mesma inspiração futurista da nova caneta.
Com um investimento de US$ 238 mil, montante elevado e de alto risco à época para o projeto e desenvolvimento de uma “simples” caneta, na primavera de 1941 foi lançada a Eversharp Skyline ou Skyliner como grafado nos primeiros desenhos de Dreyfuss, tendo o “R” suprimido nas inscrições da caneta quando do processo de fabricação definitivo.
Com grande sucesso desde o lançamento e tendo chegado ao 1º lugar na venda de canetas tinteiro nos EUA em
Com o corpo afilado enquanto fechada e “acinturado” quando aberta, complementado por tampa com “chapéu” (derby) arredondado e envolvido pelo clipe, a aerodinâmica Skyline tinha um aspecto inusitado, porém charmoso e agradável, além de boa ergonomia e variedade de penas, sempre em ouro de 14 quilates, para todos os estilos de escrita.
Além da inovação no design, do eficiente sistema de enchimento por alavanca e da boa capacidade de armazenar tinta, também trazia uma inovação técnica que contribuiu para o sucesso: um sistema de equalização de pressão interna impedia o vazamento de tinta a bordo de aviões, enorme transtorno pelo qual passavam pilotos e passageiros - do cada vez mais utilizado meio de transporte - que não ainda possuíam a nova vedete do mercado. Essa característica levou as Forças Armadas americanas a elegerem a Skyline como a “Caneta Oficial dos Pilotos”, grande honra que retornou muitos dólares ao feliz fabricante.
A Skyline era oferecida em três tamanhos básicos: padrão (standard), curto (lady) e longo (oversize), sendo esta última denominada Executive, produzida em quantidade bastante reduzida e sempre inteiramente
Quanto às cores, padrões e acabamentos, a Skyline foi, talvez, a caneta que mais tenha apresentado alternativas ao consumidor durante os anos em foi mantida em produção, desde a econômica Thrift (toda em plástico, sem anel na tampa e com clipe que não envolvia o “chapéu”) vendida no lançamento por menos de US$ 5.00, até a Command Performance (toda em ouro maciço de 14 quilates) oferecida por US$ 125.00!
De fato, havia opções para qualquer bolso e gosto:
· toda em plástico com diversas cores sólidas ou peroladas (modern stripe ou moire), estriadas em 2 tons (só tampas, sempre montadas em corpo com a cor predominante das estrias), tampas adornadas com anel largo, fino ou sem anel, com tampa texturizada (só na thrift), “chapéu” em plástico ou dourado (banhado a ouro);
· corpo em plástico com diversas cores sólidas e tampas metálicas banhadas a ouro (3 padrões diferentes, a maioria sobre prata) ou com tampa de ouro maciço e liso de 14 quilates, com “chapéu” em plástico ou dourado;
· toda metálica, banhada a ouro (3 padrões diferentes, a maioria sobre prata), ou de ouro maciço e liso de 14 quilates, sempre com “chapéu” dourado;
Dentro destas opções havia uma enorme gama de possíveis combinações. Se o comprador desejasse, por exemplo, uma caneta perolada, deveria escolher além do tamanho standard ou lady (não há registro de executive perolada), uma das 5 cores disponíveis e, ainda, um dos seguintes acabamentos:
· sem anel e “chapéu” em plástico;
· com anel fino e “chapéu” dourado;
· com anel largo e “chapéu” dourado;
Resumindo, só nas Skyline’s peroladas havia 30 opções, fora as possíveis variações das penas!!!
E é claro que, como sempre, há aquele comprador - talvez compradora - que dispara: “não era bem isso que eu queria”! O atencioso revendedor podia montar o “modelito” de preferência do freguês, colocando, por exemplo, um “chapéu” dourado em uma caneta que não havia nascido com essa altivez...
Aproveitando o espírito de guerra que reinava no país, a Eversharp lançou e manteve em produção durante os anos de 1943 e 1944, o que seria hoje uma Série Especial: o conjunto Skyline Army & Navy, um par de canetas tinteiro, ambas com anel largo, com combinação de cor invertida se comparada às canetas de linha - a Army, com tampa estriada em vermelho e branco, corpo e “chapéu” azul e a Navy, com tampa estriada em azul e branco, corpo e “chapéu” vinho. Para completar o patriotismo explícito, o set era oferecido em um estojo branco, adornado com fita azul e vermelha! Não é necessário dizer que muitos conjuntos foram produzidos, sendo quase certa a presença desse set nas coleções atuais que privilegiam a marca Wahl-Evershap.
Raros até em coleções importantes, são 3 modelos fabricados em pequena escala no ano de 1945, todos com o tradicional corpo de plástico, mas com tampas diferenciadas: uma em aço liso e clipe cromado, uma com anel largo e anel fino extra junto ao “chapéu” e, por fim, uma com 4 anéis, sendo um finíssimo dando acabamento à borda, o anel fino na posição tradicional e mais 2 finos, próximos entre si e na altura da entrada do clipe.
O evocativo desenho de Dreyfuss inspirou muitas imitações, algumas até recentes, como a Waterman Phileas. Por outro lado, não como imitação, mas como reedição, em
Além dos modelos tradicionais, a Yellow Cab foi a grande novidade: produzida em plástico amarelo e com uma barra quadriculada em preto junto ao anel tampa, vinha acondicionada em estojo amarelo, acompanhada de um modelo de antigo táxi.
Já em 1997 aparece o modelo Army Air Corps, limitado em 300 sets e fabricado com alumínio sucateado de aeronaves das 2ª Guerra, vendido em uma maleta tipicamente militar, com um avião em escala, tudo em alumínio.
Como sempre, nostalgicamente atual!
mlpbt
2007